quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Você é o que você come

Quando o francês Jean Brillat-Savarin cunhou, em 1825, a
expressão “diga-me o que comes e eu te direi o que és”, referiase,
sobretudo, aos prazeres de uma boa refeição. Em seu tratado
de gastronomia,
relação do homem com a comida, ele dizia que a elaboração de
um novo prato causava mais felicidade à espécie humana do que
a descoberta de uma estrela. Pouco mais de um século depois, na
década de 1950, o sabor de uma boa refeição ganhou um tempero
de culpa com a descoberta de que a gordura, em excesso, trazia
malefícios à saúde. De lá para cá, uma série de estudos vem
contribuindo para medicalizar o pão (e a carne, e a massa, e o
doce) nosso de cada dia. Alguns alimentos passaram a ser vistos
como venenos e outros, como remédios. Entre os dois extremos
está você, fazendo as contas de quantas calorias vai ingerir com
a feijoada programada para o sábado e pensando se, no momento,
é melhor evitar o quinto copo de vinho tinto.
Sem dúvida, as descobertas de médicos nutrólogos e nutricionistas
são para ser levadas a sério, mas não devem servir para
criar neuroses. Você é, sim, o que come, desde que entenda que,
quando sentamos à mesa, o fazemos por motivos que vão além
da nutrição pura e simplesmente. Entre eles, degustar iguarias,
compartilhar um grande momento com os amigos, participar de
rituais e cerimônias familiares e até explorar novas culturas. Tudo
isso se perde assim que você começa a encarar a refeição como
uma ida à farmácia. Qual a saída? Ter uma dieta equilibrada – em
quantidade e qualidade. Tão equilibrada que lhe dê a chance de,
vez por outra, cometer alguns crimes nutricionais.
Já está provado que, das dez doenças que mais matam no
mundo, cinco estão diretamente associadas a uma dieta de má
qualidade: obesidade, infarto, derrame, diabetes e câncer. Não é
preciso ser um frequentador compulsivo de spas para perceber
que basta uma semana de alimentação regrada para o organismo
funcionar melhor. Até o nosso humor pode ser modulado pela
alimentação. Certos nutrientes provocam um efeito direto sobre
a produção ou inibição de determinados neurotransmissores,
responsáveis pelas oscilações do estado de espírito.
Uma dieta, para ser equilibrada e prazerosa, tem de se combinar
ao ambiente em que se vive e à genética de cada um. Coma
de tudo um pouco e tente transformar o ato de comer numa experiência
mais agradável do que consumir uma porção de brócolis
ou se entupir de frituras.
A Fisiologia do Gosto, a primeira obra sobre a(Anna Paula Buchalla, Veja, 30.04.2008. Adaptado)

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Terapia Auricular




















A AURICOTERAPIA é muito eficiente no tratamento de dores e outros problemas funcionais como intestino preso, asma, reumatismo, estados depressivos, dores do ombro e coluna vertebral além de outros tratamentos. Utilizam-se geralmente grânulos metálicos dourados ou semente de mostarda para estimular os pontos através de contato. Em primeiro lugar, utilizamos o O-ring teste colocando a mão sobre a orelha esquerda e direita, onde o teste digital irá demonstrar fraqueza. Isto significa que encontramos a orelha indicada para perfazer o tratamento.
Buscam-se então os pontos deslizando-se um apalpador na superfície da pele da orelha até encontrar uma espécie de carocinho duro na semelhança de uma semente, ele salta quando o encontramos com o apalpador. Logo em seguida, testamos o mesmo com um pequeno imã para observar se o sintoma aliviou imediatamente. Em caso afirmativo estamos na presença do ponto principal de tratamento. Devemos pressiona-lo com o apalpador perpendicularmente e depois girando sem sair do lugar no sentido dos ponteiros do relógio para podermos fixar a semente com esparadrapo neste local, mas antes precisamos ativar a inervação do ponto para que ele possa ser utilizado

Moxaterapia


O DR. Shimetaro Hara


Este é o sensei Shimetaro Hara, MD (foto). Nascido em Fukuoka, no Japão, em 1882.
Fundador do Hospital Kashiihara em Fukuoka. (http://www.kashiihara.or.jp/).Ele seria o mais antigo praticante da tecnica japonesa de moxa Okyu vivo no Japão. Ele faleceu em 18 de junho de 1991 na idade de 108 anos. Em Kyushu University Medical School, Dr. Hara realizou uma pesquisa sobre os efeitos da moxabustão, incluindo, "Os Efeitos hematológicos de moxabustão Okyu." Neste estudo, ele encontrou os efeitos da moxabustão que aumentou contagem de glóbulos brancos e maior atividade fagocitária das células brancas do sangue.

Dr. Hara descreve os efeitos da moxabustão em seu livro, Manbyo-ni-Kiku Okyu Ryoho(moxabustão terapia eficaz para todas as doenças), no Jistugyo-Nippon-Sha 1933, p.133:
1. Aumento de glóbulos brancos
A contagem de células brancas do sangue começa a aumentar logo após a moxabustão, e alcança um pico de oito horas mais tarde. Este pico é mantida por 24 horas. O número diminui um pouco depois de três dias, mas ela permanece elevada por 4-5 dias após a moxabustão. A contagem de células brancas do sangue quase duplica com a moxabustão, mas quando aplicado continuamente por seis semanas, o aumento é sustentado por até 13 semanas após a moxabustão é interrompido.
2. Aumento da atividade fagocítaria de células brancas do sangue
Com bacilos tyhpoid a atividade fagocítaria aumenta apenas 15 minutos após a moxabustão. A atividade atinge um pico em 2-3 dias, e diminui gradualmente depois disso. atividade fagocítica é maior do que o normal por aproximadamente uma semana após a moxabustão, mas quando a moxabustão é aplicada de forma contínua, o aumento desta atividade continua por um longo período.
3. Aumento dos glóbulos vermelhos e hemoglobina
Para os sujeitos que tinham uma razão de hemoglobina média de 78% antes moxabustão, a proporção foi aumentando gradativamente até atingir um pico de 90% em oito semanas. Aplicando moxabustão continuamente por 15 semanas, que leva 22 semanas para a contagem dos glóbulos vermelhos para voltar ao que era antes moxabustão.
4. Aumento da contagem plaquetas e velocidade de coagulação do sangue
5. O aumento de cálcio no sangue
6. Aumento da capacidade de produção de anticorpos

Fonte http://cunhaharikyu-in.blogspot.com/

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Acupuntura e atividade cerebral

Atualmente esta bem relatado na literatura científica que a estimulação de acupontos pode efetivamente melhorar a dor geral, dor viceral, problemas funcionais e outras condições. O que mais intriga os pesquisadores atuais é se a estimulação de acuponto e não-acupontos pode levar aos mesmos efeitos. Alguns trabalhos já foram demonstrados, evidenciando que pontos de acupuntura sobre o meridiano são mais efetivos que pontos adjacentes, porém isso ainda não é conclusivo. Em 1977, Melzack declarou que 71% dos pontos de acupuntura são equivalentes aos pontos gatilhos, muito comuns em síndrome de dor miofacial, fibromialgia e fadiga crônica. Apesar da declaração de Melzack, ainda não há uma conclusão no meio científico sobre essa informação. Essa inconclusão, assim como a falta de concenso em relação ao que são os acupontos, pode-se levantar a seguinte questão: São todos pontos de acupuntura funcionais? Creio que não se tem essa resposta, mas com certeza, muitos deles o são.
Em um estudo comparativo de agulhamento em pontos gatilhos (trigger point) e não pontos gatilhos, avaliou-se a resposta hemodinâmica cerebral de voluntários saudáveis assim como obtenção do deqi em pontos gatilhos e não pontos gatilhos.


O interessante foi que em todos os indivíduos do grupo em que foi agulhado o ponto gatilho, o deqi foi obtido, diferente do grupo onde o estimulo era feito em não pontos gatilhos, onde eventualmente o deqi era obtido. Os resultados demonstraram que houve também uma redução da oxi-hemoglobina na área motora suplementar (SMA), na área motora pré-suplementar (pre-SMA) e no  córtex pré-frontal dorsomedial (DMPFC) somente quando o deqi foi obtido, independente se do local de estimulação. A redução da atividade cerebral nessas áreas são de grande valor terapêutico, visto que pacientes com síndromes dolorosas e não dolorosas, apresentam aumento da atividade destas regiões, como por exemplo: distonia tardia, epilepsia com desordem de atenção, dor em membro fantasma e alodínea. Esses resultados sugerem também que o sucesso do efeito terapêutico da acupuntura é diretamente relacionado como a obtenção do deqi.


Cefaleia (dor de cabeça)

Um dos motivos mais comuns de encaminhamentos e consultas ao neurologista é a cefaleia ou dor de cabeça. Quase sempre mencionando pessoas conhecidas que tiveram "aneurisma" ou "câncer no cérebro", embora estatisticamente sejam elas causas bastante incomuns (apesar de graves) de cefaleia.
Sobre a sua classificação e a avaliação da necessidade de outros exames, elas dependem quase que exclusivamente da adequada obtenção da história da doença.
Os sinais que alertam para possíveis causas mais graves de cefaleia são:

início súbito ou durante esforço físico;
quadro inicial de forte intensidade ou ocorrendo em pacientes com idade maior que 50 anos ou portadores de algum tipo de câncer ou AIDS;
evolução com piora progressiva da cefaleia;
ocorrência de alterações do estado mental;
ocorrência de alterações neurológicas persistentes (visão, movimentação, sensibilidade);
quadro febril associado.
Alguns dos exames que podem ser pedidos são os seguintes:

tomografia computadorizada (TC) / ressonância magnética (RM): pedido em suspeita de acidentes vasculares cerebrais (AVCs), hemorragia subaracnoidea (HSA), hematomas, tumores;
angiorressonância / angiografia digital: pedido em suspeita de aneurismas, malformações arteriovenosas, dissecção carotídea, trombose venosa;
punção liquórica: pedido em suspeita de meningites, encefalites, HSA;
exames laboratoriais de sangue (hemograma, VHS, TSH, T3, T4L, TP, TTPA, etc): pedidos conforme necessários.
Vale enfatizar que cefaleias primárias (a saber, enxaqueca e cefaleia tensional, entre outras) tem o diagnóstico determinado, com raras exceções (excluídas as jurídicas e legais), exclusivamente pela avaliação e exame neurológico